Aparição De Minha amiga

O que vou relatar aqui agora, aconteceu comigo no ano de 1980, eu tinha 8 anos nessa época.

Bem, eu morava em Pernambuco, numa cidade chamada Fazenda Nova (onde ocorre todos os anos a encenação da Paixão de Cristo). Tinha em particular uma amiga que eu gostava muito que se chamava Jusceli. Todas as tardes de sexta-feira saíamos para passear na casa de uns parentes dela, que era um pouco longe de nossas casas, mais ou menos 1 hora de distância a pé.

Em uma sexta-feira como outra qualquer ela veio me chamar para irmos ao lugar de sempre, mas desta vez minha mãe não deixou. Disse que eu teria que levar umas coisas à casa de minha avó. E mesmo nós batendo o pé ela não me deixou sair. Então minha amiga foi sozinha para a casa de seus parentes e eu fui levar o que minha mãe me pediu à casa de minha avó e fiquei lá até o domingo à noite, quando voltei com meu tio e recebi a piór notícia de minha vida naquela época: Minha amiga havia morrido afogada no domingo em um açude enquanto uma tia dela lavava roupa na janela. Eu a vi estirada no caixão. Até aquele dia nunca tinha visto uma pessoa morta.

Após o enterro fiquei muito triste. Fui dormir, pois estava cansada. Quando acordo, não sei bem o horário, já estava bem claro quando vejo a minha falecida amiga ao lado de minha cama, só da cintura para cima, ou ela estava de joelhos, não sei bem explicar. Só sei que foi a coisa mais horripilante da minha vida, pois ela estava toda de preto e maquiada de vermelho, os olhos e a boca, e tinha um olhar sem vida. Era tão horrível que eu não consigo explicar. Só sei que me cobri dos pés a cabeça e tentei chamar meus pais, mas a voz não saía.

Então tentei olhar de novo e ela continuava a me olhar com aquele olhar frio e sem vida. Aquilo deve ter durado uns 10 minutos talvez, mas pra mim foi uma eternidade. Só percebi que ela tinha sumido quando meu pai veio me acordar para ir pra escola. Mesmo assim não disse nada a ele, só depois de alguns dias contei tudo para minha família.

Acho que ela apareceu pra mim com ira porque se eu tivesse ido com ela, ela não teria ficado lá. Viria no mesmo dia para casa e não teria morrido tão cedo, aos 13 anos de idade.

Hoje moro em São Paulo, mas nunca vou esquecer desta cena.