quinta-feira, 1 de julho de 2010

O Casarão da Fazenda


Essa história se passou quando eu tinha uns 13 anos na fazenda de minha tia avó Cinira em Presidente Prudente - SP. Bom, a fazenda era muito grande e o casarão nem se fala, era de madeira e pertencia a nossa familia há mais de 8 gerações. Estava tudo bem, eu estava me divertindo com meu primo, meu avô e sua irmã, dona da fazenda, até que...

De noite, lá pelas 11h, não me lembro, meu primo e eu fizemos uma aposta: quem ficasse mais tempo para fora do casarão ganhava, e teria que ficar até amanhecer. Tudo bem, apostamos. Eu e ele sentamos na varanda e ficamos batendo papo, era meia noite e ele não aguentou e entrou, e disse que pra eu ganhar eu teria que ficar lá até de manhã. Eu disse que tudo bem. Já era bem de madrugada quando eu comecei a ficar com sono porque a luz do lampião era muito fraca e para acender o outro eu teria que ir até o celeiro buscar óleo e fósforo pra acender a lamparina do lampião. Fui até lá já me borrando de medo, apenas a luz da lua para iluminar. Entrei rápido e sem querer a porta se fechou, não consegui abrir e achei o fósforo, quando eu o risquei tive uma experiência horrível. Era como se estivesse alguém lá comigo me abraçando com força e não deixando eu acender o fósforo. Mas finalmente eu saí de lá correndo e cheguei na varanda e acendi o lampião. Mas eu estava começando a ouvir algo, era como um choro bem agudo de criança que ficava mais forte. Eu, com medo, entrei no casarão e me deitei, mas parecia que o choro estava no meu ouvido e quem estava chorando, do meu lado! Acordei meu primo e contei o acontecido e ele falou pra eu calar a boca e dormir, mas não consegui.

Ás 5 horas a minha tia avó acordou (povo de fazenda acorda cedo mesmo) e fui até ela para contar o ocorrido. Ela fazendo de conta que não ouvia nada. Contei ao meu avô, ele falou que eu estava imaginando tudo aquilo e que era pra eu parar de inventar histórias bobas, mas não era uma história imaginária. Fui até o celeiro para ver se encontrava algo, mas achei umas pegadas do meu tênis, naquela época aqueles All Star de cano médio, com aquela sola característica, mas achei também umas pegadas bem menores do que as minhas e lisas, parecidas com um sapato de criança! Dessa vez era verídico, eu não imaginei aquilo, chamei meu avô, mas quando eu voltei, não achei as pegadas na areia, só as minhas.

Fiquei pressionando a minha tia avó pra ver se ela contava algo, mas nunca falava, até que faltando 1 semana pra eu ir embora ela me chamou até o quarto dela e abriu um grande album de fotografias antigas, lá pelos anos 1800 e pouco. Me disse que aquele choro de criança que eu ouvia não era minha imaginação e me mostrou aquelas fotos antigas que está a família inteira e eu vi uma criança, a única da foto, a minha tia avó disse que aquela criança se chamava Pedro e que foi assassinado por seu padrasto quando este lhe tinha pedido um abraço (tudo estava começando a se encaixar). Ele tinha matado Pedro no casarão e o levou até o celeiro escondendo o corpo lá.

Fiquei com muito medo e queria ir embora, mas a passagem era para 4 semanas e já tinha passado umas 2. Mas tudo bem, só que de madrugada eu comecei a ouvir passos pela escada do casarão que vinha em meu encontro e ouvi a minha porta abrir, olhei e não tinha nada, apenas um par de sapatinhos pretos sujos de tinta vermelha ou sangue!! Guardei-os numa caixa e mostrei à minha tia avó que quase desmaiou lembrando de Pedro. E todas as noites eu ouvia aquele choro e aquela sensação de abraço.

Com muito medo, convenci meu avô a irmos mais cedo pra casa, em Ourinhos - SP. Voltei à fazenda apenas uma vez, quando tinha 16 anos. Nessa vez eu iria ficar 1 semana cuidando de minha tia avó que estava doente e de cama. Quando cheguei lá a encontrei deitada tomando seu soro com a enfermeira do lado, e quando me aproximei dela a enfermeira disse que ela já tinha morrido. Mal deu tempo de viajar e a velha já tinha falecido, e quando a enfermeira me deu a notícia ela me entregou uma caixa que dizia o seguinte: "aqui está a sua lembrança mais tenebrosa, de sua titia Cinira". Quando abri a caixa descobri que lá dentro tinha uma faca que dizia ter matado Pedro, a foto com uma flecha apontando para um bebê que dizia: "esta sou eu", e o par de sapatinhos pretos ensanguentados.


Créditos : sobrenatural.org

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