quinta-feira, 1 de julho de 2010

Velas Das Almas




Antes de começar minha história, preciso situá-los no tempo e no espaço. Tenho 21 anos e nasci no interior de Minas Gerais. Embora minha família tenha se mudado para Belo Horizonte quando ainda era muito pequena, passei a maior parte da minha infância na casa dos avós que ainda moravam lá. Venho de uma família muito antiga, com muito apego às tradições. Cresci escutando histórias de fantasmas, e talvez por isso elas ainda tenham muito apelo pra mim. Por mais estranho que pareça, elas me remetem a cheiros e sensações que já não existem. Bem, mas já estou divagando, e esse não é o caso.

As passagens que tenho para contar são bem mais recentes. Aconteceram na minha casa em BH, há mais ou menos um ano. Houve um período de fortes chuvas e com elas uma queda de energia na cidade. Como ficamos sem luz por várias horas, velas foram providenciadas para todos os cômodos. Quando a energia foi restabelecida, saímos pela casa as retirando. Por alguma razão, que já não me lembro, as velas que estavam no banheiro continuaram acesas. E meu pai (para fazer uma piadinha) disse que as deixasse para as almas. Naquela mesma noite, mais tarde, ele mesmo as pegou e guardou. Fomos nos deitar normalmente.

No meio da madrugada, acordei com as vozes da minha mãe e minha irmã conversando na sala. Como já era muito tarde, não dei importância e voltei a dormir. No outro dia de manhã, mamãe veio contar o que tinha acontecido: Minha irmã estava no quarto, quando ouviu movimentação pela casa. Gavetas eram abertas e fechadas, seus conteúdos remexidos com violência, as portas dos armários da cozinha foram batidas e passos apressados moveram-se pela casa. Assustada, chamou por meus pais, que por já estarem deitados não responderam. Com muito medo pela constante proximidade dos barulhos, começou a rezar e pedir a Deus para que os mandasse embora. Depois disso, as perturbações pararam e ela continuou a chamar até que minha mãe se levantasse (foi nessa hora que as encontrei na sala). Uma coisa curiosa, é que ninguém ouviu nenhum barulho, ninguém acordou. Eu que tenho o sono muito leve e durmo no quarto ao lado do de minha irmã, não ouvi nada da estranha movimentação. Embora, tenha acordado com a conversa das duas.

Pelo que já contei da minha família, não precisa falar que todos acreditamos no sobrenatural. Assim, quando meu pai voltou do trabalho, ainda sem saber sobre os acontecidos da noite, lhe entreguei as velas que ele tinha apagado. As mesmas foram novamente acesas (agora do lado de fora da casa), juntamente com orações para as almas que tanto as procuraram. Coincidência ou não, depois disso o problema não se repetiu.

Bem, eu acredito no que minha irmã contou, ela tem medo demais dessas coisas pra inventar tudo isso. E até hoje, quando relembramos, ela ainda parece assustada. Outras coisas incomuns já lhe aconteceram, mas ela não gosta nem de pensar em mediunidade.

Sei que me estendi (muito), mas quem conhece sabe que mineiro tem seu tempo para contar uma história. Talvez não acreditem em mim, mas nesse caso, minha crença já me basta. Pelo sim, pelo não, papai nunca mais prometeu e negou as velas das almas


créditos : sobrenatural.org

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